Uma história fascinante e romantizada e bem pesquisada de Chico Rei, o Rei do Congo tornado escravo nas Gerais do ciclo do ouro, e que, por meio de sua inteligência, se tornou dono de minas, conquistou aliados políticos poderosos, se tornou um líder para o povo negro e um libertador de escravos. E tudo pela pena do mestre Agripa Vasconcelos.
NITROLEITURAS | Chico Rei (Saga das Gerais #6) – Agripa Vasconcelos | Itatiaia, 2002 (1ª Ed. 1966) , 246 páginas | Lido de 25 a 26 de Fevereiro, 2016.
SINOPSE
O romance do ciclo da escravidão em Minas Gerais, conta a história de Francisco, rei africano, que aprisionado e vendido para escravo com toda sua tribo, atravessa o Atlântico e se transforma no Chico Rei das Gerais. Último dos seis “romances históricos” de Agripa Vasconcelos, apresentados sob o título geral “Sagas do País das Gerais”.
Chico Rei é um personagem lendário da tradição oral de Minas Gerais, Brasil. Segundo esta tradição, Chico era o rei de uma tribo no reino do Congo, trazido como escravo para o Brasil. Conseguiu comprar sua alforria e de outros conterrâneos com seu trabalho e tornou-se “rei” em Ouro Preto.
RESENHA
Mais um livro saboroso do Agripa, com a história romanceada de Chico Rei, baseada em uma simples nota de Diogo Vasconcelos, no livro História Antiga de Minas, de 1904.
O livro conta com, como é de praxe na obra de Agripa, de uma pesquisa histórica extensa. E dessa vez, a pesquisa vai até aos antigos reinos da África, durante o período do tráfico negreiro. O romance é uma enciclopédia de dados, detalhes, causos, mitos, lendas do período do ciclo do ouro em Minas Gerais. O resultado é um mergulho em uma outra era, extremamente violenta de nossa história.
Em meio ao cenário histórico, Agrippa cria a história do mito de Chico Rei, de uma maneira realista e mostrando as complexidades morais e a brutalidade inimaginável da escravidão colonial.
Chico Rei é descrito como um personagem de épico, com uma nobreza e virtude a toda prova, e como um salvador de seu próprio povo. O mais interessante é o lado político e diplomático do líder, que de escravo se torna dono de uma mina de ouro e que usa de sua riqueza para comprar alforria de escravos, e mesmo assim, consegue aliados entre os poderosos da época, principalmente a Igreja, grata pela sua devoção e doações para Santa Efigênia.
Recomendadíssimo, principalmente para os mineiros. Os livros do Agripa deveriam ser parte de uma leitura escolar, pelo menos para adolescentes. Mostram a história “de dentro”, e revelam muito sobre o passado violento e brutal que construiu o Brasil que temos hoje. Fantástico, pretendo ler os outros quatro livros que me faltam para completar a coleção das Sagas das Gerais (Gongo Soco, Dona Braba, Fome em Canaã e A Vida em Flor de Dona Beja).
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NITROBLOG 
Olá Newton,
você tem alguma informação nas fontes usadas por Agripa? Além da nota de rodapé ele também se baseou na história oral contada em Ouro Preto?
Olá Pamela! Foram várias fontes, oral, causos, lendas da região, registros históricos, etc.