Um GUIA RÁPIDO para ESCRITORES! Dicas Básicas para a Escrita de Ficção ( Narrativa, Monstrar vs Contar, Arco de Personagens, etc!) | NITRODICAS #dicadeescrita

Eu sempre gosto de passar algumas dicas de escrita de ficção para meus clientes de leitura crítica. Segue abaixo um apanhado das dicas e sugestões mais importantes para quem está começando ou já tem alguma estrada na jornada do escritor! Espero que curtam!

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Dicas Básicas de Escrita de Ficção – Newton Nitro

DICAS BÁSICAS DE ESCRITA DE FICÇÃO

Por Newton Nitro

16/01/24

A escrita de ficção é uma jornada fascinante que desafia e encanta escritores de todos os níveis. Seja você um escritor iniciante procurando aprimorar suas habilidades ou um veterano buscando reavivar sua paixão pela escrita, as dicas básicas de escrita de ficção oferecem orientações valiosas para moldar suas histórias de maneiras envolventes e eficazes.

Desde encontrar inspiração em experiências pessoais até aperfeiçoar a técnica de “mostrar, não contar”, cada aspecto da escrita de ficção tem o potencial de transformar ideias brutas em narrativas cativantes e memoráveis. A seguir, exploraremos algumas estratégias fundamentais que podem ajudar a elevar sua escrita, ilustradas com exemplos práticos que demonstram como aplicar esses conceitos para criar histórias ricas e imersivas.

1. PENSE EM UMA HISTÓRIA QUE VOCÊ AMA

Para escrever uma ficção cativante, concentre-se em uma ideia que o fascine. Pode ser algo tão simples como um momento peculiar de sua infância, um sonho vívido ou uma anedota peculiar. Por exemplo, se um evento específico marcou sua adolescência, explore como seria recontar essa experiência sob a ótica de um personagem fictício. Ao se conectar emocionalmente com seus personagens e cenário, sua escrita ganhará vida e autenticidade. Isso não apenas torna a história mais agradável para você escrever, mas também mais envolvente para seus leitores, pois suas paixões e interesses transparecem nas palavras.

2. MANTENHA SUAS FRASES BREVES

Frases curtas e incisivas mantêm o leitor engajado e são particularmente eficazes em cenas de ação ou em diálogos tensos. Por exemplo, em vez de “Ela caminhava lentamente pela rua deserta, pensando profundamente sobre os eventos do dia que a deixaram confusa e preocupada”, use “Ela caminhava pela rua deserta, perdida em pensamentos.” Isso cria um ritmo mais rápido e dinâmico na narrativa, ajudando a manter a atenção do leitor e transmitindo emoção com maior eficácia.

3. VARIE SEU ESTILO DE ESCRITA

Alterne entre diferentes comprimentos e ritmos de frases para evitar monotonia. Por exemplo, após descrever uma cena longa e detalhada, você pode inserir um diálogo rápido ou uma ação inesperada. Isso não apenas mantém o interesse do leitor, mas também adiciona riqueza à sua narrativa, criando um efeito semelhante ao de uma sinfonia, onde a variedade de ritmos e estilos enriquece a experiência geral.

4. ESCREVA DIARIAMENTE

A prática constante não só melhora suas habilidades, mas também mantém suas ideias fluindo. Estabeleça uma meta diária, como escrever 500 palavras, para desenvolver a disciplina. Isso pode ser em seu projeto principal, um diário, um blog, ou mesmo em exercícios de escrita criativa. Stephen King, famoso por sua disciplina, escreve cerca de 2.000 palavras por dia, uma prática que mantém sua escrita afiada e suas ideias constantemente renovadas. Adotar uma rotina de escrita diária pode não só ajudar na produtividade, mas também permite que você experimente diferentes estilos e ideias, contribuindo para o aprimoramento constante de suas habilidades literárias.

5. ESCREVA NA VOZ ATIVA

Utilizar a voz ativa em sua escrita torna a narrativa mais dinâmica e direta. Por exemplo, compare “O bolo foi comido pelo menino” (voz passiva) com “O menino comeu o bolo” (voz ativa). A voz ativa coloca o sujeito como o agente da ação, conferindo maior imediatismo e envolvimento à ação. Isso é crucial para cativar o leitor e criar uma narrativa vibrante e cheia de energia, o que é especialmente importante em cenas de ação ou momentos críticos da história.

6. LEIA OBRAS FAMOSAS DE FICÇÃO

Ler amplamente é fundamental para absorver diferentes estilos e técnicas de escrita. Por exemplo, ao explorar as obras de Gabriel García Márquez, você pode se inspirar no uso do realismo mágico, enquanto a leitura de Agatha Christie pode oferecer insights sobre como construir um enigma cativante. A exposição a uma variedade de autores não apenas expande seu repertório, mas também oferece uma compreensão mais profunda de como os escritores renomados desenvolvem personagens, enredos e diálogos envolventes.

7. CRIE UM ESBOÇO FLEXÍVEL

Um esboço funciona como um mapa para sua história, mas é importante permitir espaço para desvios criativos. Por exemplo, você pode planejar uma cena de conflito entre dois personagens, mas durante o processo de escrita, um terceiro personagem pode emergir com uma perspectiva única, enriquecendo a trama. Essa flexibilidade é essencial para explorar novas direções e adicionar camadas à sua história.

8. MOSTRE, NÃO CONTE

Em vez de simplesmente informar ao leitor sobre o estado emocional de um personagem, mostre-o através de ações e descrições. Por exemplo, ao invés de dizer “João estava nervoso”, descreva-o tamborilando os dedos na mesa e olhando frequentemente para o relógio. Isso cria uma imagem mais vívida e permite ao leitor formar uma conexão mais profunda com os personagens e suas emoções.

9. MANTENHA UM PONTO DE VISTA NARRATIVO CONSISTENTE

A consistência no ponto de vista é crucial para a clareza da narrativa. Se você escolher a primeira pessoa, estará limitado aos pensamentos e percepções do narrador. Na terceira pessoa, você tem a liberdade de explorar os pensamentos de vários personagens. Manter a consistência em sua escolha de ponto de vista evita confusão no leitor e ajuda a criar uma história coesa. Por exemplo, se você começa a narrativa em terceira pessoa, mantenha esse estilo, a menos que uma mudança seja intencional e justificada dentro da estrutura da história.

10. EDITE E REVISE

A fase de edição e revisão é tão importante quanto a escrita em si. Esse processo pode incluir cortar trechos desnecessários, refinar diálogos e garantir que cada palavra contribua para a história. Por exemplo, ao revisar um diálogo longo, elimine partes que não contribuem para o desenvolvimento do personagem ou avanço da trama. Isso torna a conversa mais direta e impactante. A edição cuidadosa é fundamental para polir sua obra e torná-la mais atraente para os leitores.

DICAS ADICIONAIS

– Defina metas: Estabelecer objetivos claros, como completar um capítulo por semana, ajuda a manter o foco e a progressão em seu projeto.

– Planeje seu romance: Algumas pessoas preferem um esboço detalhado, enquanto outras gostam de deixar a história se desdobrar de forma mais orgânica. Escolha o método que melhor se adapta ao seu estilo de escrita.

– Escolha o programa de escrita certo: Ferramentas como Scrivener ou Google Docs podem ser úteis para organizar suas ideias e manter seus manuscritos organizados.

– Leia fora do seu gênero: Isso não só amplia seu repertório literário, mas também pode inspirar abordagens criativas e inovadoras em sua escrita.

 

PONTOS DE VISTA NARRATIVOS: ENTENDENDO E USANDO A NARRATIVA DE FORMA EFICAZ

A narrativa, uma ferramenta poderosa na escrita de histórias, pode ser conduzida de diferentes maneiras para dar vida aos personagens, ambientações e tramas. Dependendo da perspectiva escolhida pelo escritor, a experiência de leitura pode variar enormemente, provocando diferentes emoções e reações nos leitores.

Os modos de narrar uma história se dividem basicamente em três categorias: primeira pessoa, segunda pessoa e terceira pessoa. Dentro destas, encontramos subcategorias que permitem ao autor escolher como deseja contar sua história, seja através dos olhos do personagem, de um observador externo ou até mesmo como uma entidade onisciente.

A seguir, vamos explorar cada uma dessas perspectivas e exemplificar como elas funcionam na prática, para que você possa entender melhor suas características e aplicações. Vamos começar pela narrativa em primeira pessoa.

PRIMEIRA PESSOA

Na narrativa em primeira pessoa, o personagem narrador participa ativamente dos eventos, oferecendo sua visão pessoal e direta dos fatos. Isso proporciona uma conexão íntima com o leitor, que passa a ver o mundo fictício pela perspectiva desse personagem.

EXEMPLOS DE PRIMEIRA PESSOA:

 

  1. “Eu sabia que não deveria ter ido naquela festa. A dor de cabeça no dia seguinte era insuportável, e eu me arrependia de cada segundo gasto lá.”
  1. “Fiquei encarando o papel em branco por horas, buscando as palavras certas. Mas nada vinha. Eu estava paralisado pela ansiedade.”

TERCEIRA PESSOA SUBJETIVA

Na narrativa em terceira pessoa subjetiva, o autor narra a história através da visão de um personagem específico. O leitor tem acesso aos pensamentos, sentimentos e percepções desse personagem, embora a narrativa seja feita em terceira pessoa.

EXEMPLOS DE TERCEIRA PESSOA SUBJETIVA:

  1. “Ele andava pelas ruas da cidade como um fantasma, sentindo o peso do mundo em seus ombros. Seu coração parecia pesado, um reflexo das mágoas que carregava.”
  1. “Ela viu o sorriso no rosto dele e sentiu uma pontada de ciúmes. Não sabia por que essa emoção a invadia, mas era incontrolável.

TERCEIRA PESSOA OBJETIVA

Na terceira pessoa objetiva, o narrador apenas descreve o que acontece externamente, como um observador imparcial. O leitor não tem acesso direto aos pensamentos ou sentimentos dos personagens.

EXEMPLOS DE TERCEIRA PESSOA OBJETIVA:

  1. “Ela atravessou a rua com pressa, ignorando o sinal vermelho. Carros buzinavam, mas ela não parou até chegar ao outro lado.”
  1. “Ele fechou o livro com um estalo, levantou-se e caminhou até a janela. O dia estava ensolarado e as crianças brincavam no parque.”

TERCEIRA PESSOA SUBJETIVA PROFUNDA

Na terceira pessoa subjetiva profunda, o autor submerge completamente na consciência de um personagem específico. Nesse estilo narrativo, o leitor é levado para dentro dos pensamentos, sentimentos e percepções do personagem de maneira íntima e intensa. Mesmo a narrativa sendo realizada na terceira pessoa, o leitor experimenta uma conexão quase direta com a consciência do personagem, como se estivesse vivenciando os eventos e as emoções de primeira mão.

EXEMPLOS DE TERCEIRA PESSOA SUBJETIVA PROFUNDA:

  1. “As sombras dançavam nas paredes da cidade enquanto ele trilhava seu caminho. O medo não era apenas um sentimento – era o sangue em suas veias, o ar que ele respirava, uma presença viva e pulsante que preenchia cada recanto de sua mente. ‘Será que vou conseguir sair vivo daqui?’ Ele pensou, enquanto cada ruído se tornava uma ameaça, cada sombra, um predador oculto.”
  1. “Ao ver a alegria radiante em seu rosto, um veneno verde de ciúmes se espalhou por seu ser. Era um espinho agudo cravado em seu coração, uma dor que latejava e consumia sua razão. ‘Por que ele não sorri assim para mim?’ Ela pensou, enquanto a emoção se alastrava, se apossando dela, e por mais que quisesse reprimi-la, o ciúme parecia ter ganhado uma vida própria.”

TERCEIRA PESSOA MÚLTIPLA SUBJETIVA

 

Na terceira pessoa múltiplo subjetiva, a narrativa alterna entre os pontos de vista de diversos personagens. O leitor tem acesso aos pensamentos e sentimentos de mais de um personagem, de acordo com a mudança de foco do narrador.

Entretanto, essa mudança tem que ser feita em parágrafos diferentes, ou até mesmo capítulos diferentes, para não confundir o leitor.

EXEMPLOS DE TERCEIRA PESSOA MÚLTIPLO SUBJETIVA:

  1. “Ele observava o pôr do sol, pensando em sua vida.

Ela, por outro lado, estava focada em terminar o relatório, alheia à beleza ao seu redor.”

  1. “Ela sentia um frio na barriga, ansiosa pela apresentação.

Ele, no entanto, parecia tranquilo, como se estivesse em casa no palco.”

TERCEIRA PESSOA ONISCIENTE

Na terceira pessoa onisciente, o narrador tem uma visão completa e global da história. Ele sabe o que cada personagem pensa e sente, e pode compartilhar informações que os personagens não conhecem.

EXEMPLOS DE TERCEIRA PESSOA ONISCIENTE:

  1. “Ele estava feliz com a surpresa, mesmo que não mostrasse. Ela, embora pensasse que ele não tinha gostado, ficou aliviada quando viu seu sorriso.”
  1. “O rei estava secretamente planejando um ataque, mas o povo, despreocupado, celebrava o aniversário de sua rainha.”

SEGUNDA PESSOA

Na narrativa em segunda pessoa, a história é contada como se o leitor fosse o protagonista. Isso cria um efeito imersivo, como se o leitor estivesse vivendo a história.

EXEMPLOS DE SEGUNDA PESSOA:

  1. “Você entra na sala, sente o aroma suave de café e o som do jazz preenche seus ouvidos. Você se sente imediatamente em casa.”
  1. “Você vê o sol se pondo no horizonte, as cores vibrantes da noite se desdobrando diante de seus olhos. É um espetáculo que você nunca se cansa de ver.”

COMO CONSTRUIR PERSONAGENS MAIS COMPLEXOS: UM GUIA PRÁTICO

Criar personagens complexos e atraentes é um dos desafios mais gratificantes da escrita. Personagens bem elaborados podem dar vida a uma história, atrair leitores e criar um impacto duradouro. Neste artigo, vamos explorar uma série de perguntas que podem ajudar a construir personagens mais complexos e multidimensionais.

1. FUNDAMENTOS BÁSICOS DO PERSONAGEM

Comece pelas informações demográficas e físicas básicas. Qual é a idade, sexo, etnia e aparência física do personagem? Esses detalhes ajudam a ancorar seu personagem em um contexto e oferecer aos leitores uma imagem inicial do personagem.

2. FAMÍLIA E RELAÇÕES SOCIAIS

Mapeie a família e as relações sociais do seu personagem. Como são suas relações com os membros da família e amigos íntimos? As relações que um personagem mantém podem dizer muito sobre sua personalidade e atitudes.

3. OCUPAÇÃO E INTERESSES

Pense na ocupação e hobbies do personagem. Esses elementos podem oferecer insights valiosos sobre os valores, habilidades e interesses do personagem.

4. TRAUMAS E EVENTOS DO PASSADO

Considere o passado do seu personagem. Eles têm algum trauma ou evento importante em seu passado que moldou sua personalidade ou atitudes atuais?

5. VALORES, MEDOS E SEGREDOS

Explore as motivações internas do personagem. Quais são seus objetivos, sonhos e medos? O personagem tem algum segredo? Esses aspectos podem adicionar camadas de complexidade e conduzir o conflito na sua história.

6. FORTALEZAS, FRAQUEZAS E PRECONCEITOS

Analise as forças e fraquezas do personagem, bem como quaisquer preconceitos ou opiniões fortes que possam ter. Estes podem influenciar as ações do personagem e servir como pontos de crescimento ou conflito na história.

7. HÁBITOS E COMPORTAMENTOS

Observe como o personagem se comporta, tanto em situações sociais quanto em momentos de pressão ou crise. Eles têm algum vício ou hábito peculiar? Esses detalhes podem ajudar a tornar seu personagem mais realista e memorável.

8. AUTOPERCEPÇÃO E PERCEPÇÃO DOS OUTROS

Pense em como o personagem se vê e como é visto pelos outros. Existe uma discrepância entre essas percepções? Essa diferença pode criar um interessante contraste ou conflito na história.

9. ARCO DE DESENVOLVIMENTO

Finalmente, considere o arco de desenvolvimento do personagem ao longo da história. Como eles mudam e crescem? Esse crescimento deve ser impulsionado tanto por eventos externos quanto por motivações internas, dando ao personagem uma sensação de progresso e evolução.

Ao responder a essas perguntas, você não só irá construir um personagem mais complexo e realista, mas também criará uma base sólida para uma narrativa rica e envolvente. Lembre-se de que a chave para criar personagens memoráveis é torná-los humanos, completos com falhas, medos, sonhos e desejos. Dê a eles uma voz autêntica e deixe-os ajudar a contar a sua história.

ENTREVISTE O SEU PROTAGONISTA

Entreviste o seu Protagonista para conhecê-lo melhor. Escreva perguntas e faça o seu personagem responder. Seguem algumas perguntas para essa entrevista:

Claro! Aqui está a lista revisada com todas as 25 perguntas para entrevistar seu protagonista:

  1. Como você descreveria a si mesmo em cinco palavras?
  1. Qual é a sua primeira lembrança de infância?
  1. Que tipo de influência seus pais tiveram em você?
  1. Qual é o seu relacionamento com os irmãos, se houver?
  1. Qual é o seu maior arrependimento na vida?
  1. Como você reagiria em uma situação de vida ou morte?
  1. Qual é o seu maior sonho ou aspiração?
  1. Qual foi a experiência mais marcante em sua vida?
  1. Qual é o seu maior defeito de caráter?
  1. Como você lidaria com a rejeição ou o fracasso?
  1. Qual é a coisa mais importante em sua vida?
  1. Você tem algum preconceito ou medo irracional?
  1. Que tipo de traços de personalidade você admira nos outros?
  1. Qual é o seu relacionamento com o dinheiro?
  1. Qual é a sua maior força de caráter?
  1. Qual é a coisa que você menos gosta em si mesmo?
  1. Quais são as suas opiniões sobre o amor e o relacionamento?
  1. Qual é a sua opinião sobre a amizade?
  1. Qual é a sua opinião sobre a honestidade?
  1. Como você lida com o estresse e a pressão?
  1. O que você mais deseja no mundo e por que isso é importante para você?
  1. O que ou quem você mais odeia e por que você tem esses sentimentos?
  1. Qual é o seu maior medo e como ele influencia as suas decisões?
  1. Qual é uma mentira que você continua acreditando, mesmo sabendo que pode não ser verdade?
  1. Qual é uma verdade que você está desesperado para descobrir e por que isso é tão importante para você?

Essas perguntas abrangentes proporcionarão uma visão profunda sobre o seu personagem e ajudarão a moldar sua história de maneira mais eficaz.

A ARTE DE MOSTRAR VERSUS CONTAR NA ESCRITA DE FICÇÃO

“Mostrar, não contar” é um princípio fundamental da escrita criativa, destacando a importância de permitir que os leitores experimentem uma história ao invés de apenas receber informações. Esta regra é crucial para criar narrativas envolventes e cativantes. Este resumo mergulha na significância, aplicação e nuances de “Mostrar, não contar” no universo da escrita criativa.

A escrita é uma arte complexa que exige equilíbrio entre mostrar e contar. Ambas as técnicas têm seu lugar, mas é crucial saber quando usar qual delas para criar uma narrativa eficaz e envolvente. Vamos nos aprofundar mais nisso.

O QUE SIGNIFICA “CONTAR”?

Contar é a apresentação direta e sem adornos de informações ou emoções. Funciona como um relato objetivo:

– Exemplo: “Ele estava triste.”

Neste exemplo, o escritor fornece a informação de forma clara e direta. O leitor entende a emoção, mas não a sente ou visualiza.

O PODER DE “MOSTRAR”

Mostrar é uma técnica que envolve criar uma cena na mente do leitor usando descrições e detalhes.

– Exemplo: “Seus olhos se encheram de lágrimas e ele olhou para o chão, tentando esconder sua dor.”

Aqui, o leitor não apenas entende a tristeza, mas também a visualiza e sente junto com o personagem.

DEFINIÇÃO DA REGRA BÁSICA “MOSTRAR, NÃO CONTAr”

Em sua essência, essa regra básica de narrativa literária defende que os leitores vivenciem a história, transmitindo imagens vívidas, verbos descritivos e detalhes envolventes, ao contrário de simplesmente afirmar fatos.

Exemplo:

Contar: O monstro era aterrorizante.

Mostrar: A coisa imponente estava em constante transformação, cambaleando sobre si mesma à medida que se aproximava dela.

POR QUE ISSO CAPACITA O LEITOR

“Mostrar, não contar” cria leituras experienciais, evocando emoções, imagens e memórias pessoais, o que permite ao leitor dar vida à história de uma maneira única.

Oferece liberdade interpretativa aos leitores.

Estimula uma experiência humana compartilhada entre escritor e leitor.

DISTINÇÃO DE OUTROS TIPOS DE ESCRITA

Ao contrário da maioria dos textos em inglês, a escrita criativa se baseia fortemente em “Mostrar, não contar” para construir mundos imersivos.

Enquanto a escrita padrão é declarativa, a escrita criativa é exploratória, construtora de mundos e inventiva.

PAPEL DA TÉCNICA E CRIATIVIDADE

 

Dominar “Mostrar, não contar” requer aprimorar habilidades técnicas e fomentar a criatividade.

Engajar-se em exercícios como escrita livre, descrições de personagens e experimentar vários dispositivos literários pode ajudar a realçar esta habilidade.

A IMPORTÂNCIA DA CONFIANÇA

A escrita, especialmente a escrita criativa, exige confiança nos leitores para interpretar e entender o trabalho. Explicar demais diminui a experiência do leitor.

A verdadeira criatividade permite a interpretação do leitor, entendendo que sua visão pode diferir da intenção do escritor.

PORQUE VOCÊ DEVE MOSTRAR MAIS E CONTAR MENOS EM SUA HISTÓRIA

Em um mundo cada vez mais dominado por séries, filmes e outros meios audiovisuais, o público moderno tornou-se afeito a narrativas dinâmicas, vivas e imersivas. Eles são compelidos por histórias que os cativam visualmente, que os fazem sentir, mais do que apenas entender. É por isso que na literatura, o mantra “mostrar, não contar” nunca foi tão relevante quanto é agora.

UMA NARRATIVA CINEMATOGRÁFICA

Ao optar por mostrar, em vez de simplesmente contar, os escritores evocam uma experiência mais cinematográfica. Por exemplo, ao invés de dizer “Mariana estava nervosa”, mostrar os dedos dela tamborilando impacientemente na mesa, a perna balançando rapidamente e o olhar inquieto, transmite essa emoção de forma palpável. O leitor não só compreende que Mariana está nervosa, mas “vê” e “sente” esse nervosismo.

DEIXANDO A IMAGINAÇÃO DO LEITOR TRABALHAR

Quando você mostra, permite que a mente do leitor se envolva ativamente na construção da cena. Por exemplo, ao descrever o aroma de um bolo recém-assado se espalhando pela cozinha, em vez de simplesmente afirmar que a personagem estava assando, o leitor é transportado para esse ambiente. Ele quase pode sentir o cheiro e a sensação de conforto que ele proporciona.

HISTÓRIAS MAIS IMERSIVAS E RELATÁVEIS

Narrativas que mostram são, em sua essência, mais envolventes. Elas capturam as nuances e complexidades das situações e dos personagens. Isso cria uma experiência de leitura mais rica, onde o público pode se identificar com os sentimentos, reações e emoções dos personagens, em vez de serem simplesmente informados sobre eles.

ADAPTADO PARA O LEITOR VISUAL MODERNO

O leitor contemporâneo, acostumado com o ritmo acelerado e a imersividade das séries e filmes, tende a preferir narrativas que se desenrolam de forma similar. Mostrar, em vez de contar, atende a essa expectativa, oferecendo uma experiência de leitura que é simultaneamente vivaz e profunda.

ELEVANDO O NÍVEL DA ESCRITA

A abordagem de mostrar é também uma maneira de aprimorar as habilidades de escrita. Demanda um maior nível de observação, atenção aos detalhes e habilidade em construir cenas de forma vívida e emocionalmente carregada.

FERRAMENTAS PARA APERFEIÇOAR SUA ESCRITA: COMO “MOSTRAR” EM VEZ DE “CONTAR”

DIÁLOGOS PROFUNDOS

Um diálogo bem construído pode revelar mais do que meras palavras. Ele pode lançar luz sobre as emoções dos personagens, suas motivações e subtextos.

Exemplo 1:

Contar: “João estava preocupado com sua saúde.”

Mostrar: “Você tem se sentido bem ultimamente, João?” perguntou Maria, notando a palidez de seu rosto. “Estou bem,” João respondeu, evitando seu olhar.

Exemplo 2:

Contar: “Lívia estava animada com a viagem.”

Mostrar: “Você já fez as malas?” perguntou Carla. Lívia, com um brilho nos olhos, respondeu: “Já estou contando os dias!”

ESTIMULE OS CINCO SENTIDOS

Criar uma atmosfera rica em detalhes pode transportar o leitor diretamente para a cena.

Exemplo 1:

Contar: “A praia estava tranquila.”

Mostrar: “O suave som das ondas quebrando na areia e o aroma salgado do mar preenchiam o ar, enquanto a areia morna massageava seus pés.”

Exemplo 2:

Contar: “A comida estava deliciosa.”

Mostrar: “O sabor picante e doce daquele prato envolveu seu paladar, e o aroma fez seus olhos se fecharem em deleite.”

AÇÃO EM VEZ DE DECLARAÇÃO

As ações dos personagens podem falar mais alto do que palavras.

Exemplo 1:

Contar: “Ele estava nervoso.”

Mostrar: “Ele tamborilava os dedos na mesa, olhando constantemente para o relógio.”

Exemplo 2:

Contar: “Ela estava feliz.”

Mostrar: “Ela girou, os cabelos voando, com um sorriso radiante que iluminava a sala.”

ESCOLHA DE PALAVRAS

A seleção de palavras pode transformar uma cena.

Exemplo 1:

Contar: “Ela caminhou pelo jardim.”

Mostrar: “Ela deslizou pelo jardim, cada passo refletindo graça.”

Exemplo 2:

Contar: “A chuva caiu.”

Mostrar: “A chuva despejou do céu, encharcando tudo em segundos.”

EVITE EXPOSIÇÕES DESNECESSÁRIAS

Muitas vezes, menos é mais. Permita que os leitores conectem os pontos.

Exemplo 1:

Contar: “Após o acidente de carro, Ana desenvolveu um medo de dirigir.”

Mostrar: “Ana congelou ao se aproximar do carro, suas mãos tremendo ao lembrar-se do barulho ensurdecedor de metal amassando.”

Exemplo 2:

Contar: “Lucas e Sofia tinham um relacionamento distante.”

Mostrar: “Lucas e Sofia sentaram-se um de frente para o outro, um silêncio pesado enchendo o espaço entre eles.”

USE LINGUAGEM CORPORAL

Nosso corpo fala tanto quanto nossas palavras. Aqui estão algumas maneiras de decodificar as emoções através da linguagem corporal:

  • Uma pessoa alta: Uma postura ereta e dominante. Quando alguém é descrito como tal, muitas vezes significa que possui uma presença imponente.
  • Com raiva: Os punhos cerrados, o peito elevado e a respiração mais pesada. A raiva é uma emoção forte e muitas vezes vem acompanhada de reações físicas intensas.
  • Com frio: Ombros encolhidos, braços cruzados e tremores. A sensação de frio é quase tangível através destes gestos.
  • Cansado: Passos lentos, olheiras e movimentos arrastados. O cansaço é visível e palpável.

EXCEÇÕES À REGRA

Embora “mostrar” seja geralmente preferível, existem momentos em que “contar” é mais apropriado. Em cenas de transição, ou quando um ponto precisa ser estabelecido rapidamente sem se perder em detalhes, “contar” pode ser a escolha certa.

“Mostrar, não contar” não deve ser usado em excesso.

Dependência excessiva pode sobrecarregar uma narrativa, enquanto o uso estratégico pode elevar a história.

Os usos adequados incluem descrever personagens secundários, fazer transições entre cenas e escrever diálogos.

Dominar a arte de “mostrar e contar” é fundamental para escritores que desejam criar narrativas envolventes e memoráveis. A chave é saber quando usar cada técnica para melhor servir à história e ao leitor.

ARCOS DE PERSONAGENS: DEFINIÇÃO, CRIAÇÃO E TIPOS

O arco do personagem refere-se à transformação ou evolução de um personagem ao longo de uma história. Esta transformação pode ser física, emocional, moral ou psicológica. O arco mostra a jornada do personagem de um estado inicial até um estado final, geralmente passando por desafios, aprendizados e eventos decisivos.

DESENVOLVA ARCOS DE PERSONAGENS INTERESSANTES

Definição Detalhada de Arcos de Personagens

Um arco de personagem é a transformação ou jornada interna que um personagem atravessa ao longo de uma história. Este processo de mudança é frequentemente impulsionado por eventos e conflitos que o personagem enfrenta e é um aspecto crucial para criar uma narrativa profunda e envolvente. Existem vários tipos de arcos de personagens, mas os mais comuns incluem:

1. ARCO DE TRANSFORMAÇÃO:

O personagem passa por uma mudança significativa em sua personalidade, crenças ou habilidades. Este é geralmente o resultado de experiências que desafiam suas perspectivas anteriores.

2. ARCO DE CRESCIMENTO:

O personagem desenvolve habilidades ou qualidades que não possuía no início da história, como coragem, sabedoria ou compaixão.

3. ARCO DE QUEDA:

O oposto do arco de crescimento, onde o personagem declina moral ou fisicamente devido a decisões erradas ou falhas de caráter.

4. ARCO DE REDENÇÃO:

O personagem inicialmente apresenta falhas significativas ou toma decisões erradas, mas eventualmente encontra redenção através de ações positivas ou mudanças de atitude.

5. ARCO DE CORRUPÇÃO:

O personagem inicialmente apresenta falhas significativas ou toma decisões erradas e é corrompido ao longo da história.

6. ARCO ESTÁTICO:

O personagem permanece o mesmo, mas sua perspectiva ou entendimento pode mudar.

Cada arco de personagem é único e pode ser influenciado por vários fatores, incluindo o ambiente, relacionamentos com outros personagens e desafios pessoais.

EXEMPLO DE ARCO DE PERSONAGEM EM GUERRA NAS ESTRELAS: EPISÓDIO IV – UMA NOVA ESPERANÇA”

Um excelente exemplo de arco de personagem pode ser encontrado em “Guerra nas Estrelas: Episódio IV – Uma Nova Esperança”, particularmente no personagem de Luke Skywalker. No início do filme, Luke é um jovem sonhador, confinado à vida de fazendeiro em Tatooine, desejando aventura e significado além dos limites do deserto. O encontro com R2-D2 e C-3PO e a descoberta da mensagem da Princesa Leia catalisam sua jornada.

Ao longo do filme, Luke passa por um arco de crescimento significativo. Ele se transforma de um jovem ingênuo em um herói corajoso. A influência de personagens como Obi-Wan Kenobi e Han Solo, além de enfrentar os desafios impostos pelo Império, impulsionam essa transformação. Luke aprende sobre a Força, ganha habilidades de combate e desenvolve um senso de responsabilidade e coragem. Seu arco é culminado na batalha final, onde ele usa a Força para destruir a Estrela da Morte, demonstrando uma evolução notável de caráter e habilidade.

Este arco de personagem não é apenas crucial para a trama do filme, mas também estabelece o tom para o desenvolvimento de Luke em toda a saga. Ao iniciar como um jovem comum e evoluir para um herói galáctico, Luke representa o clássico arco do “herói da jornada”, onde a jornada interna do personagem espelha sua jornada física. Esse desenvolvimento de personagem é acompanhado por desafios que testam suas crenças e capacidades, levando-o a questionar e eventualmente aceitar seu papel no universo de “Guerra nas Estrelas”.

Além disso, o arco de Luke Skywalker em “Uma Nova Esperança” é um exemplo perfeito de como os personagens podem evoluir em resposta a eventos externos e influências de outros personagens, enquanto também lidam com conflitos internos e desafios pessoais. Seu crescimento não é apenas uma série de eventos de ação, mas uma transformação profunda que afeta sua percepção de si mesmo e do mundo ao seu redor.

Através de Luke, “Uma Nova Esperança” ilustra como um arco de personagem bem desenvolvido pode ser central para o sucesso de uma narrativa, proporcionando ao público uma conexão emocional com o personagem e um investimento mais profundo na história. Este exemplo demonstra a importância de criar arcos de personagens que sejam não apenas interessantes, mas também integrados de forma significativa na trama e temática da história.

DICAS PARA CRIAR ARCOS DE PERSONAGENS

1. DESENVOLVIMENTO INTERNO E EXTERNO:

Para um arco de personagem convincente, é essencial que haja desenvolvimento tanto interno quanto externo. O desenvolvimento interno se refere à evolução emocional e psicológica do personagem, como mudanças em suas crenças, valores ou superação de medos. O desenvolvimento externo envolve mudanças visíveis em sua situação ou status, como um novo emprego, relacionamentos ou habilidades adquiridas.

2. CONFLITOS E DESAFIOS:

Coloque seus personagens em situações desafiadoras que os forçam a crescer e mudar. Estes conflitos podem ser internos (lutas contra seus próprios medos ou desejos), externos (conflitos com outros personagens ou o ambiente), ou uma combinação de ambos. O modo como eles lidam e superam esses conflitos ajuda a moldar seu arco.

3. MOMENTOS DE REVELAÇÃO:

Inclua momentos-chave em que o personagem ganha novas percepções sobre si mesmo, outros personagens ou o mundo ao seu redor. Essas revelações devem ser cruciais para a sua jornada e contribuir para as mudanças que eles passam.

4. CONSISTÊNCIA E CREDIBILIDADE:

Embora os personagens devam evoluir, suas mudanças devem ser críveis e consistentes com sua personalidade e experiências passadas. Evite mudanças bruscas ou incoerentes que possam confundir ou alienar os leitores.

5. RELAÇÕES COM OUTROS PERSONAGENS:

As interações e relações com outros personagens podem ter um grande impacto no desenvolvimento de um personagem. Amigos, inimigos, mentores, e até amores perdidos podem influenciar seu crescimento e mudanças.

6. ARCO COMPLETO:

Certifique-se de que o arco do personagem tenha um início, meio e fim claros. Eles devem ser distintamente diferentes no final da história, comparados ao início, seja em termos de habilidades, crenças ou status.

7. MOSTRAR, NÃO APENAS CONTAR:

Use ações, diálogos e expressões para mostrar as mudanças nos personagens, em vez de apenas descrevê-las. Isso torna a experiência mais imersiva e convincente para o leitor.

8. DESAFIOS PESSOAIS:

Inclua aspectos da vida pessoal do personagem que ele precisa resolver ou melhorar. Isso pode incluir questões de autoestima, relacionamentos familiares ou dilemas pessoais. Esses desafios pessoais tornam o personagem mais tridimensional e relacionável.

9. EVOLUÇÃO GRADUAL:

Evite mudanças repentinas na personalidade ou habilidades do personagem a menos que haja uma justificativa plausível na história. Uma evolução gradual torna a transformação mais realista e credível.

10. CONSEQUÊNCIAS DAS AÇÕES:

Mostre como as ações do personagem afetam a si mesmos e aos outros. Isso não apenas aumenta a profundidade do personagem, mas também reforça a ideia de que suas escolhas têm peso e consequências.

11. REFLEXÃO INTERNA:

Permita momentos onde o personagem reflete sobre suas experiências e mudanças. Isso pode ser feito através de pensamentos internos, diálogos com outros personagens, ou até mesmo através de um diário ou cartas.

12. ALINHAMENTO COM O TEMA DA HISTÓRIA:

O arco do personagem deve complementar ou refletir os temas maiores da história. Isso cria uma narrativa coesa onde o desenvolvimento do personagem se entrelaça com a trama geral.

13. USO DE SÍMBOLOS E METÁFORAS:

Considere usar símbolos ou metáforas para representar a jornada e as mudanças do personagem. Isso pode adicionar uma camada adicional de significado à história.

14. IMPACTO NO MUNDO AO REDOR:

Mostre como a transformação do personagem afeta o mundo ao seu redor. Isso pode ajudar a enfatizar a importância do seu desenvolvimento.

15. FINALIZAÇÃO APROPRIADA:

O arco do personagem deve ter uma conclusão satisfatória. Seja um final feliz, trágico ou agridoce, ele deve se sentir apropriado para a jornada que o personagem percorreu.

Ao integrar esses elementos no desenvolvimento de seus personagens, você pode criar arcos ricos e memoráveis que ressoam com os leitores. Lembre-se de que cada personagem é único, então adapte essas dicas conforme necessário para se adequar à sua história e ao seu estilo de escrita.

GUIA DE PONTUAÇÃO DE DIÁLOGOS NA LITERATURA EM PORTUGUÊS

Pontuar diálogos em textos literários em português requer tanto técnica quanto arte. A habilidade de pontuar corretamente garante que o leitor compreenda a intenção e a emoção por trás de cada frase, enquanto mantém a fluidez da narrativa. Neste guia, exploraremos as nuances e práticas recomendadas para pontuar diálogos no contexto literário brasileiro.

DIFERENÇAS LINGUÍSTICAS

A forma como pontuamos diálogos pode variar significativamente dependendo do idioma. Essas diferenças linguísticas podem ser um campo minado para escritores não familiarizados com as peculiaridades de cada língua.

INGLÊS VS. PORTUGUÊS:

No inglês, as aspas são comuns para indicar diálogos.

Por exemplo: “Hello,” she said. Em contraste, o português tradicionalmente usa o travessão: — Olá — disse ela.

No entanto, a globalização e a influência da literatura estrangeira tornaram o uso de aspas para diálogos em livros em português mais frequente.

INFLUÊNCIA DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS:

Ler e escrever em várias línguas pode causar confusão na hora de pontuar diálogos. Por isso, é fundamental estar ciente das regras específicas do português para evitar erros comuns.

A IMPORTÂNCIA DOS DIÁLOGOS NA NARRATIVA

Diálogos desempenham um papel vital na literatura, servindo como um meio direto de caracterização e desenvolvimento do enredo.

DISCURSO DIRETO:

Aqui, o leitor tem a impressão de estar ouvindo a conversa em tempo real. É uma representação literal da fala dos personagens.

Exemplo: — Não vou à festa, Beatriz.

DISCURSO INDIRETO:

Neste caso, o narrador reconta a conversa, mas não de forma literal. É uma forma mais distante e indireta de relatar o que foi dito.

Exemplo: Ele informou a Beatriz que não iria à festa.

REGRAS DE PONTUAÇÃO

TRAVESSÃO:

O travessão é utilizado para indicar a fala direta de um personagem. Serve tanto para iniciar a fala quanto para separá-la de uma eventual narração.

Exemplo: — Espero que chova amanhã — disse João, olhando o céu nublado.

LETRA MINÚSCULA APÓS O TRAVESSÃO:

Quando a narração continua a frase do personagem após o diálogo, usa-se letra minúscula.

Exemplo: — não se preocupe — murmurou ele, tentando acalmá-la.

LETRA MAIÚSCULA APÓS O TRAVESSÃO:

Quando a narração introduz uma nova sentença ou ideia, ela começa com letra maiúscula.

Exemplo: — Não posso acreditar que você fez isso. — Ele estava visivelmente irritado.

PONTO FINAL:

O ponto final indica o término de um diálogo. Sua colocação pode variar, mas geralmente vem após a narração.

Exemplo: — Foi uma boa ideia vir aqui — disse Lúcia, sorrindo.

DOIS PONTOS ANTES DO DIÁLOGO:

Os dois pontos são utilizados para introduzir uma fala, especialmente quando precedida por um verbo de declaração.

Exemplo: Marcelo olhou para o horizonte e exclamou: — Que vista maravilhosa!

VÍRGULA APÓS O TRAVESSÃO:

 

Quando a narração é inserida no meio da fala do personagem, usa-se uma vírgula após o travessão para separar a fala da narração.

Exemplo: — Estudar para essa prova — disse Lara, respirando fundo — vai ser um desafio.

CADA FALA EM UMA NOVA LINHA:

Quando há uma alternância de falas entre personagens, cada diálogo começa em uma nova linha.

Exemplo:

— Você está bem? — perguntou Pedro.

— Estou, obrigado — respondeu Marina.

Assim como em qualquer outro aspecto da escrita, o domínio da técnica é essencial para a pontuação. Dominar as regras de pontuação garante que o diálogo seja claro, compreensível e agradável para o leitor, evitando mal-entendidos e tornando a história mais envolvente. É o compromisso do escritor com a clareza e a excelência que torna suas obras memoráveis e dignas de serem lidas.

A ARTE DE ESTRUTURAR PARÁGRAFOS PARA ESCRITORES DE FICÇÃO

Escrever ficção é uma arte e, como qualquer forma de arte, possui suas técnicas e métodos. Um aspecto frequentemente negligenciado, mas crucial na escrita de ficção, é a estrutura dos parágrafos. Um parágrafo bem estruturado pode enriquecer a experiência do leitor, garantindo clareza e auxiliando no fluxo narrativo.

O PROPÓSITO DOS PARÁGRAFOS

Os parágrafos desempenham um papel fundamental na escrita de ficção:

Estrutura e Fluxo: Ajudam a organizar a narrativa, proporcionando uma estrutura que facilita o acompanhamento da história pelo leitor.

Legibilidade: Os parágrafos criam espaços em branco na página. Um texto sem quebras de parágrafo pode parecer intimidador, especialmente em telas menores como e-readers ou telefones.

DIRETRIZES PARA ESTRUTURAR PARÁGRAFOS

Embora existam poucas regras concretas para a criação de parágrafos na ficção, várias diretrizes podem ajudar os escritores a decidir quando começar um novo parágrafo:

Mudança de Foco Narrativo: Sempre que houver uma mudança no foco narrativo, quebre o parágrafo. É como mudar o ângulo da câmera em um filme.

Diálogos: Sempre comece um novo parágrafo quando o falante mudar. Nunca combine diálogos de personagens diferentes em um único parágrafo, pois isso pode confundir os leitores.

Ações e Pensamentos: Separe as ações e pensamentos de personagens diferentes em parágrafos distintos. Se um personagem fala, age e pensa, mantenha todos esses elementos no mesmo parágrafo.

Mudanças de Tempo ou Local: Comece um novo parágrafo quando houver uma mudança no tempo ou local. Isso também pode sinalizar o início de uma nova cena.

Mudança de Tópicos: Se você estiver descrevendo algo e depois mudar para discutir algo diferente, inicie um novo parágrafo.

Impacto: Às vezes, quebrar um parágrafo pode criar efeitos dramáticos ou humorísticos. Este método chama a atenção para uma frase específica, fazendo-a se destacar.

RITMO E COMPRIMENTO DO PARÁGRAFO

O comprimento de um parágrafo pode influenciar o ritmo da história:

Parágrafos Curtos: Aceleram o ritmo da história, tornando-os adequados para cenas de ação ou cenas com tensão crescente.

Parágrafos Longos: São mais adequados para cenas reflexivas, diminuindo o ritmo da história.

A combinação de ambos pode prevenir um fluxo monótono e manter o leitor engajado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora seja essencial entender as técnicas, a escrita é um processo intuitivo. A chave é equilibrar instinto e técnica para criar narrativas envolventes. Ao dominar a estrutura dos parágrafos, os escritores podem realçar sua narrativa, tornando-a mais vívida e imersiva para seus leitores.


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