XÓGUM : A Gloriosa Saga do Japão – James Clavell – Shōgun (Asian Saga #1) | Uma Saga épica e imersiva em um Japão Feudal Romantizado | NITROLEITURAS

Uma jornada Épica e imersiva a um Japão feudal romantizado, descrito pelos olhos ocidentais que, apesar de muitas distorções culturais, e personagens que não condizem com o contexto histórico da época,Mantém o leitor preso na narrativa até o final.

XÓGUM : A GLORIOSA SAGA DO JAPÃO – James Clavell – Shōgun (Asian Saga #1) | 1.152 pgs, Ed. Blackstone, 2020 (1ªed,1975) | Fantasia Histórica, Romance Histórico | Lido de 02/05/24 a 16/05/24 | NITROLEITURAS

SINOPSE

Depois que o inglês John Blackthorne se perde no mar, ele desperta em um lugar que poucos europeus conhecem e ainda menos já viram – Nippon. Lançado na sociedade fechada que é o Japão do século XVII, uma terra onde a linha entre a vida e a morte é extremamente tênue, Blackthorne deve negociar não apenas com um povo estrangeiro, com costumes e língua desconhecidos, mas também com suas próprias definições de moralidade, verdade e liberdade. À medida que a luta política interna e o choque de culturas levam a um conflito aparentemente inevitável, a lealdade e a força de caráter de Blackthorne são testadas tanto pela paixão quanto pela perda, e ele se vê dividido entre dois mundos que serão para sempre transformados.

Poderoso e envolvente, capturando tanto o rico espetáculo quanto as duras realidades da vida no Japão feudal, “Xógum” é uma obra aclamada pela crítica. Ação de tirar o fôlego e de fazer o leitor ficar na ponta da cadeira se mescla perfeitamente com detalhes históricos intrincados e emoções humanas cruas. Incessantemente cativante, essa saga grandiosa conquistou o mundo, tornando-se não apenas um dos romances mais vendidos de todos os tempos, mas também uma das minisséries de televisão mais bem avaliadas, além de inspirar um surto de interesse nacional pela cultura do Japão. Shakespeareano tanto em escopo quanto em profundidade, “Xógun” é, como disse o New York Times, “…não apenas algo que você lê – você vive.” Provocativo, absorvente e infinitamente fascinante, existe apenas um: “Xógum”.

RESENHA

Li “Xogum” há muito tempo, quando ainda estava na adolescência, e lembrava pouco dessa leitura, motivada depois de, nos anos 80, ter assistido a série de televisão com Richard Chamberlain e o lendário Toshiro Mifune.

Recentemente, ao ver que a Apple TV lançou uma nova adaptação do livro (“Shogun” (2024 – 10 episódios), decidi reler esse clássico da literatura histórica em sua versão original em inglês.

Fiquei surpreso ao reler o livro com um olhar mais maduro e através de minha experiência como escritor. Além de a narrativa ser extremamente cativante e prender o leitor da primeira à última página, fiquei impressionado com a escrita de James Clavell.

Ele utiliza de maneira eficiente o ponto de vista onisciente, difícil de executar bem sem confundir o leitor, e conduz a narrativa com excelente ritmo, alternando o foco entre diversos personagens.

Adorei a caracterização dos personagens principais, especialmente o maravilhoso Lorde Toranaga.

“Xógum” narra a história de John Blackthorne, um piloto inglês e capitão do Erasmus, um navio holandês que naufraga na costa do Japão. Após o naufrágio, Blackthorne e os poucos sobreviventes são capturados por ordem do samurai Omi-san, que os mantém prisioneiros em condições rigorosas até que aprendam a se comportar de acordo com os padrões japoneses.

A situação dos prisioneiros se complica quando o daimyo Yabu-san, superior de Omi-san, decide executar aleatoriamente um dos navegadores, cozinhando-o vivo como forma de demonstrar seu poder.

Yabu-san também decide guardar as armas e o dinheiro que estavam a bordo do navio Erasmus para seu próprio benefício. No entanto, seus planos são frustrados quando um de seus próprios samurais revela tudo a Toranaga, um daimyo muito mais poderoso e influente.

Toranaga, percebendo o valor estratégico de Blackthorne e suas habilidades de navegação, intervém na situação.

Sob a supervisão de Toranaga, Blackthorne começa a aprender a língua e a cultura japonesas, iniciando uma jornada de adaptação e respeito mútuo.

O piloto inglês, chamado de “Anjin” pelos japoneses devido à dificuldade de pronunciarem seu nome, passa a desempenhar um papel crucial nas intrigas políticas e militares que envolvem o Japão feudal, enquanto busca equilibrar sua lealdade recém-descoberta com Toranaga e seu desejo de retornar ao mar.

Assim como em outros livros de James Clavell, o enredo e muitos dos personagens de “Xógun” são baseados em eventos e figuras históricas reais, enriquecendo a ambientação da história. Por exemplo, personagens como Goroda, Nakamura e Toranaga são inspirados em figuras históricas como Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu, respectivamente. Blackthorne, o protagonista, é baseado em William Adams, o primeiro inglês a chegar ao Japão. Outros personagens também têm suas contrapartes históricas, como Ochiba, que representa Yodo-Dono, e Genjiko, que corresponde a Oeyo.

Mariko é inspirada em Hosokawa Gracia, enquanto Martin Alvito se baseia em João Rodrigues, um missionário jesuíta que viveu no Japão. Personagens como Buntaro e Hiromatsu são moldados a partir de figuras históricas como Hosokawa Tadaoki e Hosokawa Fujitaka. Até mesmo o nome do navio Erasmus foi provavelmente tirado do De Liefde, pilotado por William Adams, que atracou na costa do Japão em 1600. O Erasmus real foi renomeado para se alinhar aos outros navios da expedição que partiu da Holanda em 1598.

A descrição e recriação de uma cultura samurai no livro é fascinante apesar de romantizada e cheia de distorções. Com o que aprendi ao longo do tempo sobre a cultura do Japão feudal, é claro que em “Xogún,” James Clavell, escrevendo nos anos 70, distorce partes da cultura e dos códigos de honra dos samurais e até mesmo fantasia bastante as atividades de organizações secretas feudais, como a sua descrição dos ninjas.

Mas eu relevei essa “licença poética” porque a história é boa demais!

Por isso, apesar dos eventos e personagens ser inspirados em figuras históricas reais considero “Xogún” mais próximo de uma fantasia histórica do que de um romance histórico.

Quem busca um romance que envolve o leitor em uma narrativa cheia de intriga, romance e ação, e que releva um pouco do realismo histórico, “Xogún” é perfeito.

“Xogún” é um livro gigantesco, com mais de 600 mil palavras, que, ao final, parecem poucas para tanta história.

Eu leria facilmente um “Xogún Volume 2” para saber o que aconteceu na batalha de Sekigahara. E Exatamente o que estou fazendo agora! Para evitar a famosa ressaca de leitura boa, comecei a leitura “Musashi,” de Eiji Yoshikawa, que conta a história do maior samurai de todos os tempos do Japão, começando exatamente após a batalha de Sekigahara.

Gostei muito dos aspectos mais filosóficos do livro, principalmente a importância da obrigação individual em relação à sociedade na cultura japonesa. O protagonista Blackthorne, aos poucos, vai aprendendo com Lady Mariko, uma fascinante mulher samurai designada para ser sua intérprete, a importância da honra pessoal e das obrigações de uma pessoa. Na cultura japonesa descrita no romance, cumprir essas obrigações pessoais é prioritário e importantíssimo. Mais do que isso, as obrigações de uma pessoa dão sentido à sua vida, e o esforço em cumpri-las as tornam mais virtuosas e ajudam no autoconhecimento.

Um dos aspectos mais interessantes de “Xogún,” mesmo com a questão de ser uma narrativa que trabalha uma fantasia masculina, é o processo de autoconhecimento e amadurecimento de Blackthorne. Ele vai absorvendo e se adaptando à cultura japonesa feudal, esforçando-se para ver o mundo através de olhos não ocidentais.

Considerando que o livro foi escrito nos anos 70, uma época muito diferente da atual e onde o intercâmbio cultural entre Ocidente e Oriente ainda era limitado, o romance mostra um esforço de empatia e entendimento de uma cultura diferente da ocidental.

Achei isso muito legal durante a leitura do livro.

Depois de ler o livro, notei que a série da Apple TV “Shogun” (2024) corrige o que, para mim, é a parte mais bizarra do romance: o fato de os samurais estarem dispostos a cometer “seppuku,” o suicídio ritualístico para preservar a honra, a todo momento.

Essa obsessão com o “seppuku”, pelas próprias reclamações dos leitores japoneses de “Xógum” e pelas informações dos historiadores, não está presente dessa maneira tão literal e exagerada na cultura feudal japonesa. Na série da Apple TV, esses suicídios rituais aparecem em momentos importantes e contextualizados, servindo para ressaltar as diferenças culturais entre a cultura europeia e a cultura japonesa.

Entretanto, não se pode culpar muito James Clavell por ter exagerado e distorcido a questão do “seppuku” na cultura japonesa feudal. Clavell foi um veterano da Segunda Guerra Mundial e experimentou de primeira mão os ataques suicidas dos japoneses durante a guerra. Como sempre, todo autor, especialmente de romance histórico, está sujeito a cometer distorções, principalmente em função de seus objetivos narrativos.

Portanto, fica a sugestão: gostei demais desse livro e decidi que vou ler todos os livros de James Clavell, principalmente porque gostei muito do estilo dele, bem direto ao ponto, equilibrando muito bem a prosa, descrevendo de maneira sucinta e utilizando metáforas simples em momentos estratégicos.

Ele é também excelente no ritmo da trama e nos diálogos, além de ser sensacional na questão de intrigas e reviravoltas. Para quem gosta de ler e analisar livros para melhorar a própria escrita, preste atenção nas caracterizações e nos arcos narrativos de Blackthorne, Lady Mariko e Lorde Toranaga. Especialmente, observe como James Clavell guarda muitos mistérios de Toranaga até o final do livro, mesmo utilizando um narrador onisciente capaz de entrar na mente de todos os personagens.

Recomendadíssmo!

TRECHOS

TRECHOS DE “XÓGUN” DE JAMES CLAVELL

“Deixe os problemas de Deus para Deus e o karma para o karma. Hoje você está aqui e nada do que você faça vai mudar isso. Hoje você está vivo, aqui, honrado e abençoado com boa fortuna. Olhe este pôr do sol, é lindo, neh? Este pôr do sol existe. O amanhã não existe. Só existe o agora. Por favor, olhe. É tão bonito e nunca mais acontecerá de novo, nunca, não este pôr do sol, nunca em toda a eternidade.
Perca-se nele, torne-se um com a natureza e não se preocupe com o karma, o seu, o meu, ou o da aldeia.”

“Lembre-se sempre, criança” seu primeiro professor lhe ensinou, “que pensar pensamentos ruins é realmente a coisa mais fácil do mundo. Se você deixar sua mente sozinha, ela te levará para uma infelicidade cada vez maior. Pensar pensamentos bons, no entanto, requer esforço. Esta é uma das coisas que precisam de disciplina –treinamento– para serem feitas. Então, treine sua mente para se concentrar em perfumes doces, o toque desta seda, gotas de chuva contra o shoji, a curva do arranjo de flores, a tranquilidade do amanhecer. Então, com o tempo, você não terá que fazer tanto esforço e será valioso para si mesmo…”

“É um ditado que eles têm, que um homem tem um coração falso em sua boca para o mundo ver, outro em seu peito para mostrar a seus amigos especiais e sua família, e o real, o verdadeiro, o secreto, que nunca é conhecido por ninguém, exceto por ele mesmo, escondido somente Deus sabe onde.”

“Como a vida é bela e como é triste! Como é efêmera, sem passado e sem futuro, apenas um agora ilimitado.”

“Somente vivendo à beira da morte você pode entender a alegria indescritível da vida.”

“…por costume universal, seu inimigo nunca é mais educado e gentil em seu tratamento com você do que quando ele está planejando ou já planejou sua destruição.”

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